Em assembleia realizada hoje (27), às 17h, na sede do sindicato, ecetistas votaram pelo fim da greve, aprovando a proposta do julgamento do dissídio que aconteceu em Brasília. Os presentes acompanharam todo o processo, que foi transmitido ao vivo pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelas redes sociais. Antes da assembleia, a cada sentença julgada era comemorada, pois eram favoráveis para categoria.
Durante o julgamento a relatora Ministra Kátia Arruda declarou que a greve não é abusiva. Já o procurador Edson Braz considerou a posição da empresa de intransigente, “a empresa levou a categoria à greve. Por um posicionamento de intransigência em diversas situações” e conclui “A empresa não fazia questão de negociar, queria deixar a decisão para o tribunal”.
Em relação ao aumento linear, a ministra Arruda disse que não poderia ser concedido, pois esse tipo de aumento só poderia ser dado se fosse de comum acordo entre a ECT e os trabalhadores. “Não podemos oferecer um aumento linear porque esse só pode ser concedido mediante acordo coletivo”.
O índice de reajuste proposto pela ministra de 6,5% foi aprovado pelo TST para manter o poder aquisitivo dos ecetistas, uma vez que não poderia ser votado o aumento linear. 6,5% para se preservar minimamente o poder adquirido pelos trabalhadores”, e conclui dizendo que está se tornando comum as empresas não negociarem, confiando que o poder judiciário dará ainda menos do que poderia ser conseguido em negociações.
A cláusula 11 que diz respeito ao Plano de saúde foi mantida. A pressão do movimento paredista fez o TST perceber que os interesses da direção dos Correios e do Governo Dilma (PT) iriam prejudicar os trabalhadores e seus dependentes, sendo assim a votação foi a favor da manutenção do CorreiosSaúde. Ainda sobre este item foi aprovada uma comissão paritária sem poder de decisão para analisar as possíveis mudanças. O Ticket Extra de fim de ano, mais conhecido como Vale Peru, que já existe há mais de dez anos, também foi mantido pelos ministros do Tribunal Superior do Trabalho.
Os ministros do TST reconheceram que o salário dos trabalhadores dos Correios, R$ 942, é o menor de todas as estatais, por isso é legítimo às reivindicações de ampliar as conquistas desta categoria. Outras conquistas foram o aumento dos valores do auxílio dado às famílias com portadores de necessidades especiais, atualizado de R$ 611 para R$ 651. Também foi aprovada a sentença normativa que garante durante quatro anos o acordo fechado em 1 de agosto, proibindo a empresa de retirar qualquer direito conquistado durante as greves. O Tribunal rejeitou a proposta da empresa de multar o movimento grevista, pois todos os critérios foram cumpridos como aviso de 72 horas e 40% do efetivo.
Quanto aos dias parados, foram negados à empresa os descontos, podendo apenas ser compensados em dias trabalhados. Ainda ficou acordado que os trabalhadores terão um prazo de seis meses para decidir se querem compensar ou descontar. O sindicato lembra à categoria que caso as chefias digam que eles têm que compensar, o trabalhador pode negar sob base ao que foi decidido no julgamento e, caso o trabalhador queira denunciar, bastar ligar para o SINTECT/PE que o mesmo irá tomar as medidas cabíveis.
Para Halisson Tenório, Secretário Geral do SINTECT/PE, nada disso seria possível se a categoria não estivesse mobilizada, “o resultado do julgamento de hoje é uma mostra de quando os trabalhadores e trabalhadoras estão unidos nada é impossível.” E conclui “mesmo com o julgamento favorável para os ecetistas é preciso perceber que só a luta muda a vida”.